Triste cantata De todo dia De toda hora Sonata em tom de elegia Pela vida fora. Mero existir. Vã melodia, Minha senhora. Quase me mata A melancolia Do seu repetir. Breve balada Se não me nega Uma acolhida, Me escorrega Já de partida. Doce ilusão? Seja fé cega Ou fé perdida, Minha embolada, Porque sonega Sua intenção? Velha cantiga Que nem soma Nem subtração, Amiga com uma e toma, Com a outra mão. Veneno e remédio. Já é sintoma Minha canção Porque lhe canto, Que queira eu tanto Provar seu tédio.