Declamado: "Mas, às vezes a sodade, acorda minha mocidade com tanta exasperação, que eu abro as duas porteiras dos óio, meu bom patrão e deixo que atropelada saia só numa arrancada toda a boiada das lágrimas do currá do coração." Quando meu peito não gemer mais nunca Quando meus olhos não se abrirem mais Recorda os dias que te amei donzela E lá do céu escutarei teus ais. Quando embalada num sonhar profundo A minha imagem te assaltar a mente Recorda os dias que te amei donzela Que mesmo morto eu te ouvirei contente. Ai, se um dia alguém te perguntar Qual meu destino, qual a minha sorte? Ao responderes, tu somente digas Que eu fui um louco e não temi a morte Eu só te peço que vás qualquer dia Ao cemitério para orar por mim Junto a uma cruz encontrarás meu leito Onde eu descanso deste mundo enfim Ali sozinha ajoelhada e triste Inclina a fronte sobre a lousa fria Deixa teu hálito aquecer meu leito Pede que eu possa te surgir um dia.