Era uma selva imensa de jatobás gigantes E uma garoa muita intensa passeando pelas matas Tinha cores cambiantes E nas embuias bonitas entrelaçadas de cipó Tinha as mais lindas parasitas e nos galhos passarinhos Tiê sangue e curió Lá na roça azulada numa choça bonita eu vivia Não queria mais nada, nem mulher eu queria A mulher e a saudade estão sempre tão longe da felicidade E a natureza sempre em festa o coração sempre contente O sol entrava pela fresta da janela mal fechada Mal se via a madrugada E a passarada era uma orquestra que festejava a minha vida Quando eu saia para a lida do trabalho que faz bem Mais feliz do que ninguém Mas na roça azulada veio um dia um saci pererê Moreninha queimada, mulher como quê Tomou conta da roça, da minha palhoça e do meu coração Mas a dona de tudo, dia sim e outro também, Tudo aqui ficou mudo, eu fiquei sem ninguém Sozinho na roça cantando na choça com o meu violão