A pois intonce eu lhes conto A história que eu ouvi contar Pruque razão nasce roxa, a flor do maracujá Maracujá já foi branco Eu posso inté lhe jurar Mais branco do que a quaiada Mais branco do que o luar Quando as fror brotava nele Lá pros confins do sertão Maracujá parecia Um ninho de algodão Mas um dia, há muito tempo Num mês que inté que não me alembro se foi maio, se foi Junho, se foi janeiro o dezembro Nosso senhor Jesus Cristo foi condenado a morrer Numa cruz cruchificado Longe daqui, como o que E havia junto da cruz, aos pé de nosso senhor Um pé de maracujá Carregadinho de frô Pregaram Cristo a martelo E ao ver tamanha crueza A natureza inteirinha Pôs se a chorar de tristeza Chorava o vento nos campo Chorava as folha as rebera Sabiá tombém chorava, nos gaio da laranjeira E o sangue de Jesus Cristo Sangue pisado de dor No pé de maracujá E caindo e pingando Tingia todas as fror E foi por isso Que as frorzinha aos pé da cruz Ficaram roxa também Como o sangue de Jesus E foi ansim seu moço a história Que ouvi contar Pro quê razão nasce roxa A flor do maracujá