Ergo meu campo e me acho Muy gaucho qual martin fierro E em qualquer lombo de cerro Faço morada e me planto Por rio grande me garanto Sempre que alço as esporas E largo assim campo afora Toda a emoção deste canto Canto de pampa e estância Mais nova a cada manhã Na “guela” de algum tarrão Semeia a sina andarilha É cheiro de maçanilha Que brota xucra da terra Posa e querência que berra Num parador de coxilha No entrevero de patas Meu canto é doma e carreira É rangido de porteira No vai e vem das cruzadas Que a alma da gauchada Nos gestos da minha gente Que vive e morre contente Só por ser livre mais nada Sempre que canto renasço Volto as planuras de novo Buscando origens de um povo Que fez pátria de a cavalo E que deixou de regalo Pra nós herdeiros da história Um torrão pleno de glória E a identidade E a identidade ao cantar Canto de tropa estendida Seiva de grama pisada Pelos cascos da potrada Que no varzedo retoça Fruta que aos poucos se adoça A cada noite de geada É chuva forte guasqueada Que nas estradas faz poça Canto as coisas do meu povo Suas crenças, tradições Campo, mangueiras, galpões Gineteadas e bochinchos Berro de touros relinchos Orquestrando as invernadas Marcas de laço queimadas Num tirador de capincho