Rogério Lima

Bruta Azar

Rogério Lima


Distraída e irreverentemente
Olhei para o gerente, que em brumas quentes
Estava a roncar.
Eu não pensei nem mais que de repente,
Saí do meu batente e fui me encontrar.
Com a dona Donda fui pra lá.

Mas com o meu salário,
Um palácio merecido,
tudo mais que eu pudesse, eu não podia lhe dar,
Dei minhas mãos, lânguidas de calos e o muro do terreno ao lado eu ajudei ela pular.
E começamos a brincar.

Mas foi mesmo ontem que fiquei na bebedeira,
Aos pés de uma frutífera, de sombra altaneira,
na fome que estava E antes de qualquer besteira
resolvi me alimentar

E nem posso nem lembrar.

De repente fiquei rubro e ofegante
Já tinha perdido o ar
Desesperada da danada da morena me fugiu de lá.

Fui me acalmando me recuperando
Voltei pra minha cor, voltei a respirar
Só to bruto com um fiapo de manga que me impediu de namorar

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