Conta-nos a tradição Que em tempos que já lá vão O Pombal, em franca guerra Acabou p’ra nunca mais Com as touradas reais Em praças de Salvaterra Toureava nesse dia Ante nobre fidalguia O jovem Conde dos Arcos Cujo sangue valoroso Por capricho desditoso Na arena ficou em charcos De Marialva, o Marquês Olha o touro que desfez O seu filho tão amado E diz a El-rei, com fervor Eu vos juro meu senhor O Conde será vingado El-rei nega por temor Mas desvairado p’la dôr O Marquês saltou pr'á praça E vinga com decisão Pela sua própria mão O sangue da sua raça Então El-rei, que chorava Ao ministro que aguardava Disse: Marquês de Pombal Jamais, fica ordenado Haverá no meu reinado Outra tourada real