Um sol, um céu, um mar Não é pedir demais, só quero um só A noite, a pedra, o pó O que tiver na mão, pode me dar O barro, a sombra, o som A chuva que não pára de cair aqui A boca que eu não beijo, uma cara A madrugada, a lua cheia Olhando a sua boca que não fala Que não diz nada, que não me beija O abismo, o olho azul Os dias de preguiça, o meu fim Me olham no espelho Aonde não enxergo o meu lugar Desejo um olho cego Um corpo onde eu possa descansar, um só Eu quero um pássaro que voe alto Pra ver do alto toda beleza O imenso brilho da felicidade A tempestade, a natureza A lama, o sangue, o sal, o infinito O mais bonito porta-bandeira O mestre-sala da minha saudade Que me invade, a vida inteira