Dentro de cada olhar Existe uma imensidão Que ninguém pode mergulhar Pra não desaguar a mansidão De um mar acalentado dentro das retinas de um navegante e amador Dentro de cada olhar Há secretas euforias Que afogam o falar E afagam a covardia De não revelar para quem causou Todo desvairar involuntário Porque é melhor que não saibam de nada Pois só nada quem já se afundou Em desejos e encantos submersos em charadas Esse mar é só pra quem já se inundou Então é bom que não saibam de nada Pois só nada quem já naufragou Nas funduras turbulentas; nas profundas enxurradas Esse amar é só pra quem já se anulou Dentro de cada olhar Existe um amor que de tão incerto ficou escondido