Rodolfo Abrantes

Três Reis

Rodolfo Abrantes


Queima de arquivo, eu não acredito mas saí vivo
Eu até fico surpreso do ponto que eu parti
Até a lama que eu desci
Da mesma forma eu subi
(I'm free)
Tô aqui, tô ileso, ligado e aceso, mais leve
Porém dobrado no peso
É a vida que escreve
Eu só ponho na balança
E quando o sangue ferve
Você não é mais criança
Nem eu sou mais o mesmo que cansa

Eu dancei pela dança do mundo
Vi quase de tudo, eu falei muito pra surdo
Joguei pérolas aos porcos e vi o que acontece
Quando o nível desce, e alguém faz da mentira um escudo
Hoje eu tirei a conclusão:
É melhor viver sem pressão
É o que a própria vida ensina
Mas tem gente que em vida já morreu
Porque só aprendeu
O que passou através da retina

Nascem, morrem, não dormem
Sem duvidar, não sou digno de duvidar
Tem potência, palavra que tem essência (viva)

A medida indica o abuso
É quando a fome vira gula
No ciclo fechado põe corrente e cadeado
Convidado ou intruso
Aqui não temos bula
Que indique o modo de uso
Eu vejo o inimigo no espelho
Meu sangue no joelho
Serve para me lembrar
Que os vultos e vozes que chegam devagar
Inofensivos como um coelho
São piores que a serpente do mar
Sem palavras que conte a dor da pedrada
No fronte expressão de terror
O desfecho da cilada já tinha dia e hora marcada
Daquele horizonte eu não veria a cor
Sequelado talvez
Renovado no segundo mês
Sossegado por ser natural
Aprendendo com o próprio sofrimento
Sabendo que o mal pensamento
É uma arma letal

Se eu não mudar ninguém vai ver que eu me afundei
Bem sentindo a dor mais forte
Se eu não voltar, se lembre bem que
Eu não sou ninguém sem teu amor, Jesus

Tive de contar até três e joguei um coquetel molotov
Pra apagar a marca que nem solvente remove
Quem dá um dente por mês, em pouco tempo só engole
A raiva não digere e só desce o que é mole
Vivendo o momento que é bom, levado pela levada
Eu boto peso no som, inimigo número dois do inferno
Deixei a mente aberta pra juntar o primitivo e o moderno
Iluminado, coluna de fogo que arrasa
Nada me separa da glória da segunda casa
Um dia fui caça, hoje sou caçador
De aprendiz a doutor
Como um parto sem dor
Nova raça, que não vem pra por panos quentes
Meu brilho na cara não é ouro nos dentes
Cena perfeita, enquanto um levanta o outro deita
Prepara a enxada: É hora da colheita!

Errou, acerta! Cochilou, desperta!
Não pedi licença pra passar
A minha porta tá aberta
Maior do que antes mas nem perto do tamanho real
O que se viu foram as canelas do gigante
Maldição chega perto e volta feito bumerangue
Não pode me tocar
Fui marcado com sangue
No vale aprovado
No estreito, aperfeiçoado
Eu vou na certa pois eu sei quem tá do meu lado

Conta o quanto falta pra volta
Que leva aquele que pronto encontra
Ultima dose, sétima taça, quem tem ouvidos pra ouvir, ouça!
Manchado de sangre, o justo cavalga
Ele é rei, vem tomar tudo que é seu
Toda a glória pra Deus, ele marcha
O inimigo já desceu sobre a terra
Estão mocados nas sombras com mísseis e bombas
Pra acabar com os filhos dos homens
Y los santos que dán la vida por el nombre
O exército celestial traz a ordem (é!)
O servo aguarda o sinal, é agora pra você a porta se abre
É Jesus que te cobre com seu santo sangre

Salvos serão os que buscam a Deus
Que nem o ladrão que creu, e se arrependeu
Quem se desviou do caminho vai voltar
Porque o santo sangre veio chamar
O espírito guerreiro desde a antiguidade
É o justo juiz que julga com integridade
O santo do senhor em nome da justiça
Poderoso sangre que testifica

Se eu não mudar ninguém vai ver que eu me afundei
Bem sentindo a dor mais forte
Se eu não voltar, se lembre bem que
Eu não sou ninguém sem teu amor, Jesus