Já não se vê Como antigamente via A dor que o peão sentia Pelo toque de um berrante E nem o fogo Do galpão não traz saudade Pois tinha dificuldade Com a chuva que caía Já não se vê Aquelas porteiras fechadas E poeiras nas estradas Que a boiada fazia Mas hoje em dia O transporte está mudado Já não se transporta gado À cavalo pelo chão Pois todo aquele Que outrora era um peão Venderam os seus cavalos E compraram caminhão Já não existe As tristezas que existia Hoje tudo é alegria Acabou-se o sofrimento A gente vê Pelas grades das gaiolas A boiada indo embora Se seguindo o seu destino E os caminhãozeiros Com seu sorriso marcante Segura firme o volante E se joga nas estradas E a viagem Só é interrompida Se uma rês está caída Sem poder se levantar E o condutor Se lembra nesse momento Se ele entrar lá dentro O boi pode lhe matar E nesse instante Os colegas vão chegando E por ordem encostando Pra socorrer o amigo Com o ferrão A boiada é ajeitada Novamente nas estradas A frota torna a seguir E de regresso Quando já estão voltando Alguém está espiando Sentado lá na estrada Quero lembrar Aos peões que ainda têm mágoa Que nos expressos de boi Sempre existe uma vaga Quero lembrar Aos peões que ainda têm mágoa Que nos expressos de boi Sempre existe uma vaga Quero lembrar Aos peões que ainda têm mágoa Que nos expressos de boi Sempre existe uma vaga