Mirar o Sol, encontra a Lua Falanges de malungos, pés na terra O terreiro encantado desperta a nação de xangô Quem sou eu?! Sou do povo bantu que aqui aportou Sou o caboclo, João Batista, Malunguinho, eu sou O herói do avesso, mal assombro Queriam me ver sem história Mas não me pegaram Matas a queimar, terror O libertário, a chave, líder dos motins O fogo alastrado nos canaviais Catimbó, restauração dos aflitos O descarrego é limpeza O zeloso das sombras viaja no seu interior Ó, jurema sagrada A paz, trabalho pela cura O guardião arreia as sete cidades ô Alujá, a calunga, mistérios e festas O exu-trunqueiro alumia, aqueles que esculpem a fé Na encruzilhada, a sabedoria vem do dono das folhas Pelos encantados curei e com seus ensinamentos triunfei Se é preto ou branco, tanto faz Aqui não tem preconceitos Catucá, tem gente pra toda sorte Altos e baixos, todos somos iguais E com a preaca nas mãos vou tacar fogo no Brasil A coroa vai girar, histórias não contadas a contar No meu quilombo, sobô nirê mafá! Ó mestre! Vou te exaltar O vento traz, onde há fogo há fumaça No galope dos meus companheiros A Viradouro é o brilho: No meu, no seu coração!