Subiu a rua, desce como fera Tombou a curva numa paralela Parou na ponta do sinal Deitando os olhos do farol No para-brisa a brisa arrisca a mão veloz Se espreme entre carros, vai adiante E bufa grande feito um elefante Tombando o peso a pressa sai Sacode, acode, cai não cai Despingolando a ponte o bonde vai Vai o ônibus Ponto a ponto vem Sempre à mão Os meus olhos têm Muita espera têm Vem não vem Chacoalho, empurro, a multidão me espera Amassa a massa, passa o ponto, espera Algum sinal do trocador Peço licensa, por favor Estico a mão, tento alcançar Passou Aperta o pé, segura a mão sobre o volante O motorista avista, arrisca, engata avante Gira a roleta o trocador E gira a roda do motor Abocanhando o tempo Atropelando a dor Vai o ônibus Ponto a ponto vem Sempre à mão Os meus olhos têm Muita espera têm