De noite o povo ia pro Catumbi Ela vinha de longe Ele cresceu ali Ele tinha o quebranto do agogô E ela sabia a manha do catimbó Ela dançava solta, maneira Ele não levantava poeira Ela podia não dar bandeira Mas ele tinha o jeito de segurar Os deuses vão jogar Era o preto e branco sob o luar Aquele gosto eu tive no seu lugar A cobra vai fumar É meia noite, o mundo vai se acabar Ela rodava louca Ele queria mais Ele já era o bamba desse lugar Ela pedia não se vangloriar Mas era a dama da gafeira Ele era o cara da saideira Ela podia não ser faceira Mas tinha aquele jeito de balançar Os deuses vão jogar Era o preto e branco sob o luar Uma certeza eu tive naquele lugar A cobra vai fumar Enquanto a noite passa no Catumbi Eu troco o meu tormento com Olará A pele negra queima, fogueira E o suor na luz é cegueira Ele trabalha segunda-feira E ela tem o dia pra descansar Ele todo de branco, bacana Ela com seu vermelho, cigana Ela segura mas não se engana Que ele era o bamba desse lugar