Quando o trem de ferro Carregou meu pai E o tuiuiu cantou no matão O lamento triste Da dor da intuição Um caboclo tem premonição Lembra do gemido da madeira do cais Meu irmão com olhos de rã Minha mãe chorando, inundando o Paraguai Com a barriga cheia de irmã Em pé no vagão, contra a luz do sol das seis Pequenino ficava o pai Na composição, misturou-se ao manganês Foi para não retornar jamais Era fevereiro, eu trabalhava o chão Quando vi mamãe desmaiar O meu pai ficara na ponta de um jacão, Indigente em Corumbá Hoje quando ouço O trem passar às seis E o tuiuiu cantar no trigal Canto o choro triste De dor e compaixão Dos caboclos do Pantanal