Certo dia sobre a areia Vi a maré cheia seus versos levar Tive medo das palavras sábias Carregadas pro fundo do mar Pega o remo, solta a rede Quem o vê não sabe O que em sua mente vai Falou de tormentas, segredos e lendas Contou-me que o mar não trai O velho e o mar, o velho e o mar O velho e o mar, tua canoa não vai virar Sua casa é palha, seu calçado areia Come o que a rede dá Tem as mãos pesadas pra conter as fragas E as águas desafiar Mas seu peito é leve como a gaivota Que o ensina onde atracar Seus cabelos brancos têm do sal o cheiro Como as ondas a espumar O velho e o mar, o velho e o mar O velho e o mar, tua canoa não vai virar