Milho verde, milho verde Das noites de desgarrada Do milho rei, na desfolhada Tu me lembras noites quentes Debruçado na varanda A ouvir contar estórias De Angola e de Luanda Ai quem me dera se eu voltasse à Mouraria Ter de volta a alegria de meus amigos rever Ai quem me dera abraçar o primo Zé Que um dia da Guiné prometeu me escrever Milho verde, milho verde Das noites de desgarrada Do milho rei, na desfolhada A caneca sempre cheia É o que não pode faltar Numa tasca da aldeia Toda a malta a cantar Ai quem me dera ver as moças arrumadas As aldeias enfeitadas para as festas lá da serra E a Deus eu peço pra ter paz meu coração Guarda sempre em tuas mãos Meu pedacinho de terra Milho verde, milho verde Das noites de desgarrada Do milho rei, na desfolhada