Tantos sonhos são desfeitos Uma mãe que afaga o peito Seu filho que vai partir Pra longe vai o imigrante Pra outra terra distante Outro caminho a seguir Mal ele sobe ao navio Ao coração da-lhe o frio Das saudades que já tem E olhando o lenço branco Que se agita vem-lhe o pranto E acena pra ninguém Nunca mais nunca mais Sua terra há de voltar Nunca mais nunca mais Sua terra há de voltar A pouco tempo chegaram Mas mil anos se passaram Dentro do seu coração Aos poucos o desgosto Deixou mazelas no rosto e calos na sua mão Mas manda cartas aos seus Dizendo Graças a Deus Pelo destino que tem Feliz a mãe a recebe, jamais nas linhas percebe Que sofre como ninguém Nunca mais nunca mais Sua terra há de voltar Nunca mais nunca mais Sua terra há de voltar E depois de alguns anos De esperanças e de desenganos Pela fé foi que venceu Mas foi com tanta alegria Que ele viu chegar o dia De poder rever os seus Mas hoje há festa na aldeia A noite faz-se uma ceia Pra alguém que vai chegar Tanto tempo tão distante Vem de volta o imigrante Com o coração a cantar Nunca mais nunca mais Sua terra há de deixar Nunca mais nunca mais Sua terra há de deixar