Tantos sonhos são desfeitos Uma mãe que afaga o peito Seu filho que vai partir Pra longe vai o imigrante, Pra outra terra distante, Outro caminho a seguir. Mal ele sobe ao navio Ao coração dá-lhe o frio Das saudades que já tem E olhando o lenço branco Que se agita vem-lhe o pranto E acena para ninguém Nunca mais, nunca mais, Sua terra há de voltar... Nunca mais, nunca mais, Sua terra há de voltar... A pouco tempo chegaram, Mas mil anos se passaram Dentro do seu coração. E aos poucos o desgosto, Deixou mazelas no rosto E calos na sua mão. Mas manda cartas aos seus, Dizendo graças a deus Pelo destino que tem! Feliz a mãe a recebe, Jamais nas linhas percebe Que sofre como ninguém! Nunca mais, nunca mais, Sua terra há de voltar... Nunca mais, nunca mais, Sua terra há de voltar... E depois de alguns anos, De esperanças e de desenganos, Pela fé foi que venceu. E foi com tanta alegria, Que ele viu chegar o dia, De poder rever os seus... Mas olha que hoje há festa na aldeia, A noite faz-se uma ceia, Pra alguém que vai chegar... Tanto tempo tão distante, Vem de volta o imigrante, Com o coração a cantar Nunca mais, nunca mais, Sua terra há de deixar... Nunca mais, nunca mais, Sua terra há de deixar...