Robertho Ázis

Imensurável

Robertho Ázis


É a mão de um pintor a extensão de sua tela
Entre traços, pinceladas vai pintando uma aquarela
Cada qual com seu matiz
Se faz o porta voz do ato de criar
Como um artesão aranha-homem
Funde tons e cores, trama singular
Qual melhor? Rembrandt? Miró?
Não se pode mensurar

É na voz de um cantor que a canção se faz eterna
Na garganta de um cantor que brota a voz sublime e bela
Cada qual com seu estilo
Preferência, forma, jeito de cantar
Como um artesão aranha-homem
Vai tecendo notas ao vocalizar
Qual melhor? Bidu? Piaf?
Não se pode mensurar

Tanto que a inspiração nos chega de várias maneiras
Surge oportuna e bela, vem faceira
A arte acontece, a arte nos decifra
Arte é o remédio da alegria e dor do artista

A arte não se mede, a arte nos devora
A arte nos escolhe, a arte nos consome
Arde a arte entre os dedos, mãos e voz dos homens