Hey crianças! Entrem para suas casas Cuidado com os carros que passam Pelas janelas e vejam como a vida presta. Meus dedos sangram de quatro em quatro anos Pelo prazer em ver Críticas em papiros shakespearianos Em roteiros de diretores de tv. Passear pelas ruas E só ver miseráveis e desesperados do querer Dá uma pena Em não ter nem um mísero cigarro a oferecer. Durmo sobre os cubos paralelos de Niemeyer Sem ninguém ver. Vou assistir o espetáculo de vidas acabarem Antes que me vejam morrer. E espera a noite do cerrado abafar O papel que muitos fazem pra viver. Que vidas sujas, é uma dessas que querem? Seus defeitos contribuem por cada delas acabar. Que vidas surdas, berrar necessidades é que querem? O jeito é aguardar a noite do cerrado abafar.