Certo dia houve uma noite De total e profunda escuridão Numa gruta da floresta O pavor tinha um som de berimbau Joelson tocava Tremia e não calava Chamando a morte pro seu chão Xamã de seu próprio medo Só sabia que tinha que viver Se o combate era o segredo Mataria esse medo de morrer A lua fugida Levou a luz da vida Capoeira na escuridão Só um olho clareava No estalo da pedra com o facão E o negro soluçava Enfrentando o escuro do clarão O corte no dedo Levou embora o medo Tornando toda noite azul