Eram dois amigos inseparáveis Lutando pela vida e o pão Levando um sonho de cidade em cidade De serem donos de seu caminhão Com muita luta e sacrifício Para pagar em dia a prestação Se realizava o sonho finalmente O empregado passa a ser patrão Suas viagens eram intermináveis De cansaço, de poeira e chão E um dos amigos, um recém casado Ia ser pai do primeiro varão Com alegria vinham pela estrada Não vendo a hora de chegar E o caminhoneiro disse ao amigo Vou lhe dar meu filho para batizar Mas o destino cruel e traiçoeiro Marcou a hora e o lugar A chuva fina e a pista molhada Com uma carreta foram se chocar Mas como todos tem a sua sina Um a morte não levou E agonizante nos braços do amigo disse Vá conhecer meu filho porque eu não vou Naquela curva à beira da estrada Uma cruz ao lado do pinheiro Marca pra sempre onde foi ceifada A vida e o sonho de um caminhoneiro Com a morte do companheiro A saudade vai chegar Aqueles bons e velhos tempos Nunca mais irão voltar