É o cinza, é o verde, é o quente, é o frio É a seca, é o rio, bem vindos ao Brasil O preto, o branco, o indígena, mixa Europa, África, acarajé, pizza Música, lenda, os fato e as fita O crime, Lampião, Maria Bonita Fazendo avião, os menor tem o dom Pera lá, não confunda com Santos Dumont São coisas de Brasil, arte sem cachê São coisas de Brasil, sem forçá, sem clichê Tio Sam insinua que as mina anda nua Que os caras tão armado e os macaco tão na rua Câmeras, gruas, filmou, põe na tela Cinemas, novelas, bundas e favelas Elite no comando, aproveitadores lucram O povo se virando, trabalhadores lutam Na rua a gente vê a real, negô São coisas de Brasil, não é mole não Sentado no sofá não vai dar, negô Nem tudo é verdade na televisão São coisas de Brasil, os pretos, os dreads Zumbi vive, não é Walking Dead Não procede o pensamento fútil Que resume o Brasil em futebol e glúteo Luta! Tivemos os nossos guerrilheiros Salve Marighella, Antônio Conselheiro! Pega no batente a mão do povo pobre Que a alegra povo nobre, batendo no pandeiro Pra larica tem um bom serviço Tapioca com café, amo muito tudo isso Do sudeste para o norte muito bom saí Sol raiando forte e a tigela de açaí É Tupi Guarani, é Tupiniquim Taco o fogo no bruxo, que se foda o Halloween Educação nosso adversário Estádios perfeitos, ensino precário Mãos à obra, na mão o calo Acordar antes da cantiga do galo Água fria vai da cabeça ao ralo Retrato do meu povo, é dele que eu falo À procura da paz, sempre pronto pra guerra Atrás dos seus sonhos, no campo de terra No bar dia de jogo, é olho na tela Tem gol do rapaz que nasceu na favela O bom samba cura, batucada pura Do tambor de um revólver, munição perfura Tristeza, sirene, corpo, fratura Alegria, família unida e fartura Viatura de olho nos seus trago São, quatro homens armados e mal pagos Jão, a boca que prova do amargo É a mesma que abre o sorriso mais largo Igrejas e bar, cultos e doses Conclusão: bendita seja a neurose Massa de manobra, não, mãos à obra Quero mão na massa, não mão na sobra Os preto na cela se comprime Boneca preta é raro nas vitrine Bundas, biquinis, praias, carnavais Mulher, seu brilho vale muito mais Entre quatro paredes o meu limite Pior é tá no limite dos madeirite Ow! Silêncio na hora do protesto Gol! O grito que gera amidalite Elite, controla o ensino da escola No livro são leigos e gênios com a bola Brasil, vivemos à margem desse lugar Onde os Marcola surgem à Beira-Mar