A mente é minha casa, faço o que dá na telha Roupas em pele preta, comum é mancha vermelha Casacos na vitrine, carecas são ovelhas Contra a saúde, um crime: Tem papelão na grelha Uma dama no poder; democracia, venha Lhe deram um golpe e não teve Maria da Penha O ódio fodeu a pátria, por isso ela tá prenha Seu filho já nasce pronto pra botar fogo na lenha Revolução, amor no giro, feito um ciclone Seja dama com dama, que seja homem com homem Que seja a mesa cheia, que seja o fim da fome Enquanto não é real, dou trabalho no microfone É resposta e questão Revolução é mais que Facebook e textão Pra minoria nobre, é seu plano de gestão E a maioria pobre, cê nem sabe onde estão Nos cantos da Peri, mérito é heresia Onde as roupas de gari é trampo, não é fantasia Merenda na escola, não ache que é cortesia Cortando gastos, fazem lucros em demasia Enlatados e processados na gastronomia Viva cem anos e, talvez, aposentadoria Garrafa de espumante, panelaço, histeria Garrafas de molotov é nossa categoria Contra a reforma, tomando previdência Cês vão temer ao ver pretos na presidência Oceano de março, sem maço, eu quero em maço Um degrau por vez, e eu não tenho que pisar em falso Soldado solta fogos, novo Código Morse Anjos e demônios morrem com a antimatéria Dálmata, roupa preta, pele preta, branco Air Force Percorro morro onde aviões não são da Força Aérea Espanta males, sou Mala em Malê Koteban no meu ballet, vira campo de batalha Pliê; no, please, sem pala ou pale ale, eu boto pra ler Os meus colheram algodão, faço valer o suor na malha Migalha, sinuca de bico, pele Frank Lucas Cê vai gritar ser Marighella com a peça na nuca? Sangue Sibéria, diamante raro, jogador caro Pra ser sincero, eu não preciso ser mais claro Eu tô procurando Meca, quando a fonte seca Faz o paco enquanto peca, visãozinha míope De bordo diário, revoluciona e tecla Fuma e corre, como se Phelps fosse etíope Uh, cidade ranzinza, inferno de vaidade Vai chorar por onde sente saudade Apartheid moderno, os vilões vestem terno Se você nasce na prisão Não sabe o que fazer com a liberdade Teve quem desertou Teve quem nunca foi Esses que nem tentou Não sabem nosso peso Periferia soberana, o pavio tá aceso As minas, aqui, 'tão de campana e ninguém sai ileso Coletividade na laje Nossa elegância é atitude, não traje Ascensão pra eles é um ultraje É fato: Ameaça, o sistema reage Não somos só massa e não 'tamos pela viagem, é O plano é insano e ele visa a liberdade Contando com os manos de Gana e muita agilidade Não falta habilidade Milianos na atividade Não é engano, se você se sente perseguido na cidade Que eles tão com farda pra atacar e não pra proteger Que eles tão com arma é pra matar e não pra defender A aposta aumentou, quem tá no páreo é você Se entrar com medo no ringue, tá fadado a perder Ê, com mais de mil motivos Pra chutar o balde Pra ficar de bode, pra entrar na bad Mas eu não sou covarde Eu não abandono o bonde Não vou fazer metade Eu quero chegar longe Toda vez que eu passo por uma nova cidade Eu penso: O mundo é grande E lembro que eu vim d'onde Disciplina é lei e é aplicada pelos bandi Não basta ser rei, é preciso portar aos montes, os montantes O pensamento é instigante Pra me tornar gigante, eu preciso entender o ego Os malotes deixaram os caras cegos Ilumino o Ori, só por isso que eu enxergo Além do horizonte, além do meu umbigo A minha semelhante se parece comigo E como soa redundante isso que eu te digo E o pior de tudo é que tudo faz sentido Da, ra, ra, ra, da, da, da Da,da, da, da Vimos que a fama mata Se a grana não for sua escrava Ela crava, e o prestígio que vem com a grana Sem ela, eles travam Firma no cinco, amigo antigo E analisa os tipos que chegam grátis Quando likes valem mais do que livros, tamos vivos Enquanto fazer isso for vício, tamos chato Vão dizer, tamos os mesmos pros do início Juízo, Vinicius, que os fascínios faceiros são farsa Cuidado com os parças A vida é play, mas respeita as pausas, ouviu, tio? Na cadeia, é frio, deixa, ainda, ser Liberdade, aqui, é pomba no fio, dá meu RG Que hoje eu vou sair Perder isso, aqui, é deprê Não faz meu perfil, hoje eu vim derreter Ouro em barra; não me barra, que eu sou barra pesadona Tipo Impala, na calada, não paro pra dar carona Trilha toda de uma vida, amor louco de uma figa Que deu lugar pra ser viga, desmoronou na partida Campainha do meu eu Amor infantil que tocou e correu Eu tô cheio de rei, de ser eu Ei, destino dos amores sem lei Se eu sereia, serei a fragrância Se eu passar, deixei o tempo apurar Sem muro, pular, bota a bússola pra recalcular Que eu vim voar e devastar no sopro Vocês são o jogo do bicho Eu sou a bicha do jogo Uh, deixa eu fazer minha arte, deixa eu fazer minha parte Pica no rap, também sou gênio do marketing Cês curtem Zuckerberg, sou mais alien preto de Marte Desde 97, o mais sete da night Eu vim do rap e isso me levou à Nike Antes de ter tiete, meus tênis já eram os tais Mentira, cheguei em SP com uns boots tão velhos Ou eu ganhava as batalhas, ou não andava mais Eu tô no melhor time Minha vida daria um filme Das rimas nas esquinas a jantares com Tinker Superei barreiras, não caí pra nenhum drinque Nesse Mortal Kombat, tenho killer instinct Riscos eu assumi, e após discos e clipes Estamos vivos, história melhor não existe Dos estúdios pros escritórios, um MC notório, executivo Desliga o lap, deixa eu focar no beat Pedi as contas, me repassa na minha rescisão Que eu não vou mais suar de graça, essa é minha decisão Transformando em cifra o que eles fazem pra ter cifrão Mas, na subida do morro, eu mostro o descidão Da aula de história mal contada, essa é minha revisão Fi' do Zumbi que 'cês matam e não passa na televisão Ahmm, e o que eu tenho pra falar desses jão? Naquele saco tinha pipoca, mas nesse, não! É, donos do sim? Sinta o peso do não É, somos o símbolo, êxodos são Luta que liga, a escravos, tudo o que escrevo no som Cicatrizes em alto relevo não são Marcas na alma e no corpo até arder meu couro? E cadê meu ouro? Que, pra vocês, eu não devo um tostão Eu só quero o que é nosso, devolução Queda da sorte, é um trevo no chão? Cadê tua moeda da sorte? Huh, que evolução E o que 'cês têm por mi-mi-mi é música aos meu ouvidos Três notas brancas viram pretas É a sinfonia da revolução