O som da viola bateu No meu peito doeu, meu irmão Assim eu me fiz cantador Sem nenhum professor aprendi a lição São coisas divinas do mundo Que vem num segundo a sorte mudar Trazendo pra dentro da gente As coisas que a mente vai longe buscar O destino é o meu calendário O meu dicionário é a inspiração A porta do mundo é aberta Minha alma desperta Buscando a canção Com minha viola no peito Meus versos são feitos pro mundo cantar É a luta de um velho talento Menino por dentro sem nunca cansar Levantei a tampa, voltei ao passado Meu mundo guardado dentro de um baú Encontrei no fundo todo empoeirado O meu velho laço bom de couro crú Me vi no arreio do meu alazão Berrante na mão no meio da boiada Abracei meu laço velho companheiro Bateu a saudade, veio o desespero Sentindo o cheiro da poeira da estrada Estrada que era vermelha de terra Que o progresso trouxe o asfaltado e cobriu Estrada que hoje chama rodovia Estrada onde um dia meu sonho seguiu Estrada que antes era boiadeira Estrada de poeira, de sol, chuva e frio Estrada ainda resta um pequeno pedaço A poeira do laço que ainda não saiu