Riccelly Guimarães

O Borralho da Saudade

Riccelly Guimarães


Me chama
Minha voz chora e reclama
A saudade é um cego em outro
Desolhar que o espelho engana

Me entrego
Sangue em fúria de navalha
Rasgo em cicatriz no tempo
Carne em pus que se retalha

Entre lençóis me deixa
Diz quem manda
Como quem só me inflama
Ê, cigana

Quem ama
Sobe a um céu de marijuana
E a saudade é feito gosto
Que esqueceu de ser lembrança

Eu quero que essa dor que me acompanha
Seja como flor ao vento
Que perfuma enquanto apanha

Seja como flor ao vento
Que perfuma enquanto apanha

Entre lençóis me deixa
Diz quem manda
Como quem só me inflama
Ê, cigana

Entre lençóis me deixa
Diz quem manda
Como quem só me inflama
Ê, cigana

Entre lençóis me deixa
Diz, diz, diz quem manda
Como quem só me inflama
Ê, cigana