Escrevo em verso A terra em que canto Deixando meu pranto Cair sobre a mesa Assim vou falando Da terra querida Perdido na vida Com tanta tristeza Nas cordas sonoras Do meu violão Eu grito em canção A grande beleza Selvagens correndo Árvores tombando É o homem brincando Com a natureza Nas noites de Lua As árvores distante Parece gigante Descendo a serra E os vagalumes Na escuridão Igual assombração Queimando a terra A chuva de pedra Caindo no chão Transforma o sertão Num campo de guerra Depois disso tudo A brisa aparece De tudo se esquece A beleza se encerra O sertão de manhã Transforma em festa Parece uma orquestra Tocando canção Orvalho caindo Das árvores frondosas Estrelas medrosas Na imensidão O caboclo levanta E parte também Levando alguém Em seu coração Assim vai formando Eras de verdade Até a cidade Nasceu no sertão