Chegou Vai-Vai Sou o quilombo do futuro que em orum raiou Faço o contato imediato um afronauta griot De xangô justiça e paz Na proteção dos orixás Chegou Vai-Vai Em nossos sonhos libertários você vai saber Que o tempo urge a hora essa vem pra cá, vem ver o que a negritude faz! Face de um povo marcado que foi segregado Trago no peito um legado na história Peço que devolvam para os livros a nossa memória O Bixiga clama esse lamento sou um viajante desse tempo A nave já aterrissou no meu Vai-Vai sagrada como as terras do Sinai A luz da verdade já anunciou quando o dia clareou Sou saracura hoje mostro o meu valor O meu quilombo é bela vista aqui não tem sinhô Sou da pele preta me orgulho da cor, nas lutas da vida Na força e na dor, um alvinegro sim no elo de paz e amor A magia do saber no deserto do Saara e do Sudão Dominar a escrita e do ferro a fundição nos 10 mandamentos omitiram minha cor O sol tão sagrado de nosso senhor maternal! Guerreiras da religião matriarcal heróis do apartheid O bem não humilhar o mal a resistência apavora o invasor Luar de palmares ao som do tambor mata! Sagrados bueiros, profanos tumbeiros, crianças lançadas ao mar Rogava por nossos irmãos de lá odoiá minha mãe iemanjá No Haiti, matizes e malês ao novo mundo seguir Além do universo eu vou cantar, jamais vou sucumbir Na cadência do jazz ao samba eu vou chegar Bem ao topo do mundo conjugando o verbo amar