Em cada sombra que toco A cada espiral de amargura Quase sufoco Na saudade tão dura Frágil presa da loucura Todos os gritos que nego Todo o escuro em que cego Medo cúmplice e terno Traz-me em sossego Para cá do inferno A cada curva de espanto Em cada memória que moro Sinto-me tanto Que me devoro Lavo feridas quando choro Toda a espera que espreita Todo o mar que a voz deita Trazem consigo um castigo Esta vida imperfeita Que de mim faz inimigo