Um velho fado de Lisboa Partiu em busca do passado Foi a luanda, foi a goa E por lá se perdeu enamorado Não estranhou os cantares de moscovo Nem as essências às portas de fez E foi com alento novo Arrebatado cantar outra vez Há quem diga que o fado é estrangeiro Que veio de nau, do deserto Há quem o despreze e o afronte na sua altivez Pode ser vadio, jaime ou correeiro Tango, mouraria ou alberto Fugido à tradição, mayer ou menor, o fado é português Um velho cistro já cansado De braço dado a um alaúde Mais um duduk bem chorado Eis que lhe volta a juventude Ai vibrante flamenco andaluz Ressoando num saz em ancara Tanta mescla o seduz A voz acaba numa guitarra Há quem diga que o fado é estrangeiro Que veio de nau, do deserto Há quem o despreze e o afronte na sua altivez Pode ser vadio, jaime ou correeiro Tango, mouraria ou alberto Fugido à tradição, mayer ou menor, o fado é português