Na prisão do tempo Não há alma nesse movimento tão vazio O peso da monotonia e a cruz da lida Vou me arrastando, me arrastando Não estou mais vivo Eu me movimento só por controle remoto Por pura teimosia é que eu vou cumprindo a lida Sem energia, vazio, vazio Por capricho de improviso num segundo o meu mundo racha E lá vêm rupturas camadas após camada Talvez por um olhar uma emoção uma palavra E zas-trás a crisálida em mim já se vê alada Por onde passodeixo marcas no caminho são rastros de luz E os meus olhos lançam notas musicais que voam pelo ar Giro moléculas para criar Vejo a roda dotempo parar Eu tenho agora enfim o simples dom de livremente respirar Meu sangue intenso a pulsar E sinto a vida aqui dentro em mim a ponto de desabrochar Recaio no tempo Sedento da liberdade que eu não sustento Os pingos dessa nostalgia chovendo comigo Eu quase grito, não consigo mais fingir