Johny Quieto um dia pulou os muros do silêncio Com seu megafone e um arsenal de palavras pra dizer Que em raaa não adianta mais se esconder Que as coisas mais lindas que vêm, e que passam Pensassem nos que virão Que as vozes que nos bombardeiam Ainda tão cheias de ambição Que as euforias blindadas Não conseguiam mais sonhar E seus filhos dançavam felizes À beira de abismos invisíveis Alguns quase perfeitos com seus belos carros Pareciam-se com ilhas decadentes e sós Que as TVs e cinemas ainda mostravam violência Pros olhos cansados e abandonados de todos nós Que os brinquedos da fome não são de mentira Que os palácios do ódio começam a ruir Que os desejos dos filhos não destruam o resto do mundo Que os exércitos com seus navios, e aviões nos levem pra passear Que chorem, que cantem como o Kazaquistão Pela infinita e urgente preservação Que as mãos sedentas de vidas se esqueçam das armas Que se calasse a música da dor Gritadas a cada mina que explode Que os uniformes de guerra vestissem a todos com frio Que as religiões e as etnias fossem uma festa sem fim Que os ídolos inúteis sumissem pra sempre Que as artes e o amor preencham pra sempre o grande vazio Johny Quieto com seu megafone Em 1999, tentando nos fazer lembrar Do esquecido, pero imenso amor Que nos move