Castelos Brancos me acompanham Por uma estrada longa Atravesso seus jardins Empoeirados de pianos; Nobres andarilhos e tapetes multicores A primavera enlouquecida Colhe paz nos meus olhos E adormece na velocidade; Onde os homens sobre as pontes Tentam chegar a flutuar Por um momento fugaz Castelos Brancos me conduzem Por milhares de janelas de uma infâmia qualquer; Onde os campos e as árvores Têm a cor que a gente quer Onde não há reis nem rainhas Que a gente não queira Castelos Brancos construídos pelas horas e quilômetros Em seus salões me encontro com as palavras As pessoas e o tempo Música suportando a saudade De onde partir pra onde devo chegar Um corredor cheiro de cidades imóveis Que me vêem passar Castelos Brancos, nuvens, tempo, Tapetes, horas, andarilhos Pianos, primaveras, campos e poeira; Corredores, reis e rainhas Infância, palavras, saudade, Quilômetros jardins e imensidão