Aquela linda criança Quando pegava a tocá Vinha gente de bem longe Somente pra lhe escuitá A sanfona em suas mão Fazia o sertão chorá O seu pai e sua mãe Tinha medo inté de oiá Aqueles bonitos dedo Nos teclado a trabaiá O dom da nossa filhinha Só Deus podia explicá Mas um dia não sei como Parece inté mardição Numa cuia enferrujada Ela estrepou a mão O seu pai vendo o perigo Já correu com aflição Levá ela num doutor Que lhe desse a sarvação Três noite o véio ficô Sem dormir lá no hospitá Com a cabeça trapaiada Começô a imaginá Se eu trouxesse a sanfona Pra filhinha se alegrá Tocando uma varsinha Ela podia sará Quando ele trouxe a sanfona Lá na escada do hospitá O doutor muito assustado Com ele veio encontrá O senhor tenha paciência É preciso conformá Sua filhinha foi sarva Lá dentro vou lhe explicá Quando o véio viu a fia Compreendeu a explicação A sanfona pela escada Foi espatifá no chão O doutor tinha matado A alegria do sertão Pra sarvá a sanfoneira Precisou cortá sua mão