[WLC] Esse é o ritmo rua raiz resistência, pra quem vacila cobrança é sequência Valores à venda, nos olhos a venda, o amor em ausência (não é emergência) Acidente entre aspas é plano há tempos, povão na migalha entornando o veneno Morrendo por dentro (vivendo ao relento) se humilhando e sofrendo por pouco sustento Vitimização só pra quem não vê (é mérito, jão) Fale por você que abraçou a chance e conseguiu chegar, na contramão é difícil nadar Playboy fala fala, minoria manipula a massa Escola particular (pobre pode?), faculdade pública (tá sem sorte) Ó o bote! A serpente se arrasta, te arrasta semeia a desgraça Capote! São vários pivete no beck e no lança na praça Destruição é em massa gradativamente a juventude se ilude nas ideia fraca E a fogueira das vaidades queima, vários e vários caem no jogo do sistema Manipulação é problema tecnológica-mente te aliena A rede armada pra te prender, mostra uma vida diferente pra você Onde um polegar pra cima tem o poder de mudar sua autoestima Fora do mundo real, relações só se estreitam quando tem sinal Vírus na mente do tal, que se acha por fã de rede social Até o caldeirão ferver vê se não se esquece que a água fica morna É fácil sorrir e beber, mas o tempo passa e na brasa o bagui endoida Não adianta correr, a informação é desvio ela é rota de fuga Sem ela não há saber, os caminhos rumam pra traseira da viatura Segura! Olha o neguinho! (pega ladrão!) Informação, educação, é o que evita essa situação Não é vantagem o fim da guerra pra quem ganha grana com ela Tem gente que vive um mundo de aquarela, eu sou favela! Tem gente que acha que sabe de mais, pensa que que sabe demais Mas não conhecem a verdadeira paz Gente que sabe demais, pensa que sabe demais Procuram em coisas fúteis o que satisfaça o ego Martelo nessa cabeça de prego, pancada de realidade Esquece o ego cego, nego certo império desonesto, desconverso Quebro o resto indigesto do insucesso, me apresso, esquento o verso O cinto aperto, solto o verbo, me elevo, não é mistério, o fim tá perto! [LV] Se a primeira impressão é a que fica, melhor não olhar pra periferia Favela sofrida e abandonada, tijolos à mostra, obra não terminada Pipa no alto ou preso no fio, investimentos aqui, ninguém nunca viu Rua, raiz, resistência, playboy se assusta repensa a existência Pensa que é alguém se julga além, pelo que faz ou pelo que tem Pela casa que mora ou pelas notas de cem, do seu próprio dinheiro se torna refém Cena bagunçada vários manos se confundem, dinheiro, mulher futilidades os iludem Cego pelo ego não enxerga a verdade, até o pescoço enterrado na vaidade Mas a rua cobra quem fala besteira, ramela na cena e leva rasteira Quem aprende com a queda respeita a favela, diferente de quem se cresce e gela Evoluir? Sim é normal, mas manter a essência é essencial A vida te cobra, mas não te oferece, árvore que tem raiz não perece Resiste a qualquer furação, preserve as raízes bem firmes ao chão Favela é resistência pura, diz não a ditadura Enquanto homens de cinza praticam tortura, o povo enfrenta a vida dura Ei, playboy que aponta sem ver, segura o som que o coro vai comer A escola da rua ensina, com a caneta e o papel é que eu faço chacina Quebro as correntes do preconceito, liberto a mente do branco e do preto! (Libertação, resistência urbana, irmão! Liberação resistência urbana, irmão! Libertação, resistência urbana, irmão! Libertação, resistência urbana, irmão!)