No rancho fundo Bem pra lá do fim do mundo Onde a dor e a saudade Lembram coisas da cidade No rancho fundo De olhar triste e profundo Um moreno canta as máguas Tendo os olhos rasos d'água Pobre moreno Que de noite no sereno Espera a lua no terreiro Tendo um cigarro por companheiro Sem um aceno Ele pega da viola E a lua por esmola Vem pro quintal desse moreno No rancho fundo Bem pra lá do fim do mundo Nunca mais houve alegria Nem de noite, nem de dia Os arvoredos Já não contam mais segredos E a última palmeira Já morreu na cordilheira Os passarinhos Invernaram-se nos ninhos De tão triste essa tristeza Enche de trevas a natureza Tudo por que? Só por causa do moreno Que era grande, hoje é pequeno Para uma casa de sapê