Roncou a goela da noite E fuzilou o infinito Enormes vagões de chuva Se arrebentavam no chão No tempo bota tenência Quando a água sem clemência Vai invadindo o galpão Vai invadindo o galpão Sentado num toco, mateia o xirú O fogo se apaga Com a força da água Que espumando rolou, rolou espumando Levou alpargatas, pelegos Badanas e as brasas chiando A água levou E tudo passava na frente do taura Gravetos pro fogo, pedaços de pau Chaleira, cambona, a lata de erva Um par de chilenas, a água levou Os olhos parados, mirando a tormenta E o risco do raio ilumina o galpão A palma da mão, na cuia amornando E tudo passando no trago das águas E o pobre do taura, solito ficou Até os seus sonhos a água levou E o pobre do taura, solito ficou Até os seus sonhos a água levou