Por toda terra que passo me espanta tudo que vejo A morte tece seu o fio de vida feita ao avesso O olhar que prende anda solto O olhar que solta anda preso Mas quando eu chego eu me enredo Nas tramas do teu desejo O mundo todo marcado a ferro, fogo e desprezo A vida é o fio do tempo, a morte é o fim do novelo O olhar que assusta anda morto O olhar que avisa anda aceso Mas quando eu chego eu me perco Nas tranças do teu desejo Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou Vou-me embora pra bem longe A cera da vela queimando, o homem fazendo seu preço A morte que a vida anda armando, a vida que a morte anda tendo O olhar mais fraco anda afoito O olhar mais forte, indefeso Mas quando eu chego eu me enrosco Nas cordas do teu cabelo. Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou Vou-me embora pra bem longe...