Já era hora, foi-se o tempo Coração roncou de sono Não restou do tesão o rescaldo da ternura Na panela nova a roupa velha não sacia a fome Nossa música saiu de cartaz Nossa biriba perdeu seu ás Nosso sonho virou museu de antiguidades Nossa senhora cansou de rezar Nada há de se fazer pra não seguir viagem Cada um com seu cada quem É o fim do fim, começo de nada É água corrente na forma de mágoa É puro degelo, um coração dolente É pouca estrada pra multa pendente Entre o ronco, e o rancor Prefiro o bater da porta, silenciosamente E não ouvir mais nada que venha de você Vai como água corrente Sai pela porta da frente Não tenho fôlego pro adeus