No alto mar o navio ancorou A alma cansada sangrou Abalroada pela magoa Onde singrava o coração A proa, ferida, tingiu as águas Anoiteceu, a maré subiu No olho escuro do furacão Um corpo ferido deságua Da alma, nenhuma pista Morte à vista! Morte à vista! O barco levava riqueza a bordo Fé e esperança cruzando os mares A esperança fugiu a bombordo E a fé diluiu-se pelos ares A nau, órfã da esperança E sem a fé que girava o leme Pra lá e pra cá balança Na procela que grita e que geme Desfraldado, como um carrasco De um golpe o mastro desce Abrindo o fundo do casco Rodopiando, o navio desaparece E a tormenta parece uivar Homem ao mar! Homem ao mar! E a tormenta parece uivar Homem ao mar! Homem ao mar!