E nos teus lábios a eternidade Deixas-te ir Na ponta dos meus dedos A cada compasso Os teus sentidos mais acesos Quarenta graus E nem um sopro de vento Enquanto as ondas Adormecem ao relento E da minha janela o oceano inteiro Parece um rio E nos teus lábios a eternidade Navegam num Fogo de palavras Descendo na vertigem de um voo picado Nos céus inflamadas, acesas e livres Porque têm asas Ah E o mundo é tão bonito Visto de uma estação espacial Em tempo de paz o amor é mais cinzento No cinema mudo um abraço é um lamento No meu mundo o teu sapateado Aos teus pés Num corpo de bailado O cinema ardeu e eu O cinema ardeu e eu, eu, eu, eu, eu não Ainda não, ainda não, ainda não Dancei a teu lado No alto mar fui navegar na contramão No alto mar o teu olhar é uma traição E nos teus lábios