Ela ficou presa na sua alucinação No seu mundo paralelo, os efeitos em convulsão Alta respiração, poucos minutos de viagem A princesa sem castelo, sem virtude e sanidade Não tem mais coração, perdeu famílias e amigos O foco em sua pupila é um corre pra manter o vício Furtos, homicídios, se vende sem emoção Garantindo amante o crack num mar de ilusão Entregou vários filhos pro sistema de adoção, pois não tinha alimento Sem emprego nem condição Grafites num beco escuro, surreais, ganham vida Se entregou, não quis ajuda, diz que não há mais saída Morre no mundo, carente, doente, foge pesando 30 kg, já destino à overdose É triste a beleza impura, iludida na flor da idade The Walking Dead no Brasil, a toda parte da cidade Se entregou a um prazer, o que era brincadeira virou vício Curiosidade levou ao fim Não consegue se conter, a morte lhe parece um novo início Sombras ocultas, prefere viver assim Vai lá, só mais uma carreira Em lembrar que tudo começou como uma brincadeira "Pega aí, só pra experimentar", com apoio dos amigos (amigos?) Só se for da onça! Vai atuar no sistema nervoso central, a cocaína provoca euforia e bem-estar local Não consegue ter tais sensações naturalmente, quer mais uma vez e assim sucessivamente Pouca quantidade já não satisfaz, faz outra carreira já se julga sagaz O organismo já se acostumou, "ô fulano, lembro de você mais gordinho" Cuidado, patrão, o coração vai acelerar Quer mais oxigênio, mas a captação é reduzida Olha pra você, pupila dilatada Coração parou, caiu da escada Se entregou a um prazer, o que era brincadeira virou vício Curiosidade levou ao fim Não consegue se conter, a morte lhe parece um novo início Sombras ocultas, prefere viver assim Ela pensava que podia ser melhor do que imaginava Ela sabia que podia ir bem além de um conto de fadas Viajava ali parada, na parada que alucina Um quarto debaixo da língua, até parede ganhava vida Não se abalava na balada, mas balinha ela curtia Entornava, mas não dava a mesma brisa Ficava que nem boneca na mão de suas amigas, só não eram tão inocentes quando brincavam de casinha Na verdade, indecentes, faziam a pobre garota de gato e sapato Acreditavam que mesmo dopada estava de acordo com o ato Infelizmente em um desses atos algum dos parceiros não se cuidavam E além da terrível doença eles também a engravidaram Hoje, sozinha, doente, coitada, cuida da filha, nasceu condenada Remédio pesado, consciência pesada, se arrepender não muda em nada Presa pelo passado a princesa agora chora Sem futuro, sem rumo, esperando a sua hora Acorda, acorda, acorda