Tá no pé do catireiro A beleza da catira Tá no verso do pagode O som da viola caipira Tá no oco do mourão O ninho corruíra Tá destruindo a verdade O veneno da mentira Se alguém puxar o gatilho O perigo tá na mira Tá na porta da casinha João-de-barro de plantão Tá de olho na presença Do inimigo gavião Tá no gosto da comida O tempero do feijão Tá afiado na bainha Pras horas de precisão Na cintura do baiano Quase um metro de facão Tá no amargo da boca O efeito da caninha Tá no cheiro do café O aroma da cozinha Tá no meio da colmeia A tal abelha rainha Tá mofando na cadeia Quem roubou uma galinha Enquanto quem rouba o povo Tá curtindo uma prainha Tá sem dinheiro no bolso Quem trabalha pra nó cego Tá levando martelada E continua sendo prego Tá pesada minha cruz Mas com fé ela eu carrego Tá chegando a minha vez Meu sucesso a Deus entrego A plateia fica em pé Quando na viola eu pego Tá presa dentro de casa Nossa gente amedrontada Tá na rua o marginal Assaltando à mão armada Tá no bom comportamento A liberdade antecipada Tá gastando sem quantia Quem ganhou de mão beijada A esperança de quem joga Tá na sena acumulada