Mas será Que em algum borralho uma brasa Não arda por entre as cinzas De sol? Será que em algum monturo uma pena Não bula entre os escombros De ave? Será Que em algum porão uma réstea Não brilhe por entre as trevas De dia? Alguém acreditou Soprou as cinzas E a brasa Viva e insistente Brilhou O sol! Alguém se aventurou Vastou o entulho E a pena Tremelicante Vibrou A ave! Alguém se arregaçou Tirou a tampa E a réstea Fez-se torrente Clareou O dia! E o homem se levanta do marasmo do seu medo E as mãos se desentrevam e se juntam para a luta E a terra reavida e repartida, semeada Deu flor e fez-se fruto, pão e vinho para a festa Ciranda, amor e sonho enchendo a noite E amanheceu O sol desperta a ave e acorda o dia Bem te vi! Bem te vi! Bem te vi! Aleluia! Aleluia!