Sei, amiga Você ainda se lembra Das novelas onde o herói do sertão E o moleque saci nos faziam vibrar de emoções? E pra gente sorrir Era só o edifício balão se abrir Para a gente cair na gargalhada Sonhar não era pecado Escutando "Direito de nascer" Com o ouvido colado no rádio Mas o tempo foi passando Como passam as andorinhas pelos verões Você foi crescendo Seus heróis se acabando Seus castelos ruindo, caindo e fechando Sua vida sem paz Seu diário Páginas amareladas Toda a nudez castigada Direito? Só de chorar. Mas sei, amiga Que este não é o fim do filme Pois é nesta hora que entra o verdadeiro herói Com suas mãos furadas Costas retalhadas Despido, humilhado, cruficidado É Jesus ressuscitado E lavando as feridas Marcas no palco da sua vida Te dando o direito de começar de novo É Jesus levando a cena, afinal Num vídeo celestial Te fazendo feliz Sei, amiga