Eu vejo esteiras nessa linha de produção Vomitando parafusos, porcas, óleo e sangue em minha direção Meu pensamento não se encaixa nesse esquema Enquanto robôs disciplinados aceitam tudo sem ter opção Encosto a mão na chapa fria de metal Ouço o ruído da sirene que me diz que é hora de comer Desperto assustado de um pesadelo controlado E saio correndo pela fábrica, gritando feito um psicopata São andróides que dizem sim! E quem precisa de ajuste é quem acha isso normal... São andróides que obedecem! E eu sou um humano sonhador... Sonhando com o dia do motim industrial... O dia da libertação! Robôs virando gente, com pensamento próprio Como aconteceu com o boneco Pinóquio... Virou gente e viveu feliz! Eu não quero, depois de velho e enferrujado Receber um tapinha nas costas, um cheque cruzado e um vazio "muito obrigado" Da mesma empresa que drenou todo o meu sangue E bombeou óleo nas minhas veias, me apodrecendo ao longo dos anos...