O chão se esvaindo A música escapando entre os dedos A chave espalhando seus segredos Serena noite passa arrancando medos Palavras roubam rogam rasgando enredos O que sobrou de mim? Estampado na Lua O sorriso sarcástico do gato Nas curvas abandonaram-se os fatos As cores adoeceram o chato No final o silêncio rompeu contrato Podem dizer que sou louca Todos aqueles que perderam seu amor Que morreram de frio em pleno verão Não escaparam do Gigante Adamastor E imploraram veneno por atenção Não vou chorar se estiver errada Nem rir da exatidão Se transformar o tudo em nada Será que sobra uma canção? Não vou chorar se estiver errada Nem rir da exatidão Se transformar o tudo em nada Será que sobra um vão? E a roda do mundo gira E de repente tudo perde o sentido E o destino não é escrito por você Tuas palavras soam mais como latidos A hipocrisia não permite perceber Nós embalando à vácuo A sombra esquece de acompanhar os passos O corpo se desfaz de todos os abraços Os nós destroem os laços Dos rostos sobram apenas os traços Não vou chorar se estiver errada Nem rir da exatidão Se transformar o tudo em nada Será que sobra uma canção? Não vou chorar se estiver errada Nem rir com exatidão Se transformar o tudo em nada Será que sobra um vão? Vou desprezar tudo o que sinto Me chamar de cidadã E me esconder no labirinto Onde sobra o amanhã No cais das almas mais perdidas Sinceros vão se arrepender Gritar com pedras iludidas Não vai fazer sofrer Se transformar o tudo em nada Será que sobra um vão?