O ferro de passar a roupa Que mamãe usava Tinha cabo de madeira Não ligava na tomada E apesar de tanto tempo eu não esqueci Mamãe ligava o rádio E eu era menino Não cansava de imitar Vicente Celestino Mas ao som de seu Gonzaga foi que eu cresci Naquele tempo a gente nem sonhava com televisão Com novela mexicana, eita coisa ruim Mas ela caprichava na camisa de cetim Por isso é que todo ano eu ganhava um novo irmão Era todo mundo junto soprando fumaça Do fogão de lenha e do ferro de carvão Abana o fogo menino! Mamãe dizia pra mim Suava enquanto engomava A velha calça de brim