Eu tô bem aborrecido De escuitá o povo falá Pra morde o decreto novo Que a pinga vai aumentá Se isso for acontecido Muita gente passa má Pra mim que assuspenda tudo Só a pinga não pode sê Como é que eu vivo no mundo Sem minha pinga bebê Dia que não bebo pinga Parece que vô morrê Quando eu dô pra bebê pinga Eu varo a sumana intêra Eu fico dentro da venda Fico falando bestêra De noite vorto pra casa Sem um tostão na argibera Eu quando vorto pra casa Venho dando cambaleão Veja o que me aconteceu Na ponte do Arião Caí de riba da ponte Nem quebrei o garrafão Nesse dia eu tava arto Fiquei no meio da estrada Muié me levô pra casa E meu deu tanta pancada Amanheci notro dia Com a cara tudo amassada Negócio de tomá tombo Já tô bem acustumado Já tô co dedão sem unha Coitado tá calejado Quebra toco no caminho Que parece inté machado O cabra que bebe pinga Pisa bem arto no chão Assim mesmo dá topada Quebra unha e o dedão O cabra quebra a cabeça Mais não quebra o garrafão Eu notro dia alevanto Cabeça tudo amarrada Mais inda cum tudo isso Eu acho que num é nada Só farta minha cabeça Acustumá cum pancada A pinga é bão alimento Assim me disse o dotô No tempo do frio esquenta E refresca no calô Pode me fartá cumida Mas pinga não, por favô